Escrever é mais do que um hábito para Arnaldo Antunes. Mas quando se trata de escrever sobre um livro ou um disco de outros artistas, Arnaldo diz que é como "uma aventura". "Eu nunca sei se vou conseguir fazer ou não. Mas tenho conseguido cumprir com as coisas a que me proponho", diz o cantor e compositor ao falar sobre seu "novo" livro, Outros 40, uma nova coletânea de textos sobre literatura, música e artes que ele publicou esparsamente na imprensa e em projetos especiais onde analisa o trabalho de outros escritores e músicos. No papel de "crítico", Arnaldo diz, usando a expressão de Oswald de Andrade, que quer "ver com olhos livres" e tenta olhar para cada obra de um jeito único, sem pré-conceitos e verdades absolutas. Em Outros 40 o cantor e compositor fala de discos como os de Nando Reis, Carlinhos Brown, o registro ao vivo do Planet Hemp num texto sem pontuações que merece ser lido em voz alta, entre outros. Assina orelhas e textos de apresentação de livros, como Babilaques, atendendo a um pedido póstumo do amigo Waly Salomão. Em outro texto, conta como foi compor a trilha para um espetáculo "O Corpo", do Grupo Corpo. Além da nova coletânea, a editora Iluminuras relança 40 Escritos, primeira reunião de textos que Arnaldo fez sobre o trabalho de outros artistas, cuja primeira edição foi publicada em 2000.