Cinco anos sem lançar inéditas, desde Sacos Plásticos (2009), o Titãs ressurge com o mesmo espírito anárquico e contestador de 30 anos atrás. Em Nheengatu, álbum recém-lançado, os veteranos do rock nacional bebem em sua própria fonte para apontar o dedo nas feridas sociais. "No Nheengatu a gente trata de temas como pedofilia, violência contra a mulher, racismo, homofobia, a situação de várias minorias, dos índios", explica Tony Bellotto. "A capacidade que a gente tem de fazer isso com músicas pesadas, incorporando elementos brasileiros, isso define muito o que são os Titãs na essência ", diz Bellotto. Além de resgatar o rock sujo e desconstruído, bastante presente em Cabeça Dinossauro (1986), o Titãs retoma uma antiga fórmula, pouco usada nos dias atuais: construir um repertório que relacione todas as canções entre si, alinhadas ao título e arte da capa do álbum. Em entrevista exclusiva ao SaraivaConteúdo, uma das principais bandas do rock nacional explicou a composição de seu novo álbum e contou o motivo de ter resgatado sua essência provocadora.