Por Carol Almeida Não tem essa de meias palavras com Anelis Assumpção, porque a moça de cara já se apresenta conjugando o verbo ser, sem cerimônia e com propriedade de alguém que ainda muito nova sabe do que é feita. Sou Suspeita, Estou Sujeita, Não Sou Santa. É o que ela diz no título de seu disco de estreia, um álbum gravado aqui e ali com a ajuda de amigos, da tecnologia de fácil acesso e até mesmo do pai, Itamar Assumpção, falecido em 2003. Explica-se: foi com a comercialização da Caixa Preta, coleção da obra fonográfica de Itamar, organizada pela própria Anelis, que o disco pôde ser gravado, mixado e masterizado. Entra em cena então uma jovem cantora que, além de toda a referência vanguardista de seu pai, na música e na postura de ser independente da indústria, carrega a habilidade de misturar tudo: palavra cantada, falada, reggae, samba, hip hop. Nessa entrevista, Anelis, filha mais velha de Itamar, explica as motivações por trás do título de seu álbum, o processo de gravação e suas referências.