Entre o fogo e a Covid 19

submitted by Rede CineFlecha on 04/27/21 1

Sinopse Entre o fogo e a Covid, foi assim que a equipe de reportagem da Amazônia Real encontrou os Tembé Tenethara, na Terra Indígena Alto Rio Guamá (Tiarg), fronteira do Pará com o Maranhão, em setembro de 2020, lutando contra duas ameaças mortais: as queimadas e o coronavírus. Os indígenas recebem ameaças também de madeireiros, fazendeiros e grileiros que invadem o território dos Tembé. Com cerca de 280 mil hectares de extensão, a Tiarg é o santuário de aproximadamente 980 famílias, distribuídas em 34 aldeias, onde vivem também integrantes de outras etnias, entre as quais Munduruku, Timbiras e Ka’apor. Com a chegada da Covid-19 no território os Guardiões da Floresta – grupo formado por 40 homens de diferentes aldeias, que atuam para coibir invasões, focos de fogo e extração ilegal de madeira – se reuniram em um dos principais portões de acesso ao território em uma barreira sanitária improvisada, para controlar o fluxo de entrada e saída de pessoas, além de conscientizar as famílias a não irem à cidade, alertando sobre os riscos de contaminação e proliferação do vírus no território. A medida só teve sucesso até que um novo elemento, inimigo antigo dos Tembé, chegasse para incrementar o cenário de medo e insegurança trazido pela pandemia: as queimadas. Diante do risco duplo, sobraram desesperos e desafios para as famílias indígenas que, em plena pandemia, viram suas roças serem consumidas pelo fogo que, por pouco, não atingiu também as suas casas. Temendo a contaminação pelo novo coronavírus, que atinge sobretudo os pulmões e o sistema respiratório de maneira geral, o ar tornou-se irrespirável nas aldeias. “Se tivesse outro lugar pra gente ir, a gente teria ido, porque não dava para ficar aqui”, afirmou o cacique Reginaldo Tembé, da aldeia Cajueiro. Quando a equipe da Amazônia Real esteve na TI, em setembro de 2020, um grupo de dez brigadistas do Prevfogo (IBAMA) lutava com os Guardiões para tentar conter os focos de incêndio na floresta. Ao mesmo tempo, profissionais de saúde e as famílias tentavam controlar a entrada da Covid-19 e cuidar dos doentes, sobretudo crianças e idosos, que foram prejudicados pela fumaça das queimadas. Não bastasse isso, o fogo ainda prejudicou a segurança alimentar das famílias, já ameaçadas pelo isolamento social. Entrevistados: Valsanta Tembé; cacique Reginaldo Tembé; e técnica de saúde Ângela Amaral; Imagens e reportagem: Cícero Pedrosa Neto Montagem: César Nogueira Coordenação geral: Kátia Brasil Apoio: Google News Initiative/Fundo de Auxílio Emergencial ao Jornalismo Realização: Amazônia Real Aldeia Cajueiro - Alto Guamá - Pará

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