ANO: 2000 PAÍS: EUA DURAÇÃO: DISTRIBUIDORA: Lions Gate DIREÇÃO: E. Elias Merhige ELENCO: John Malkovich (F.W. Murnau); Willem Dafoe (Max Schreck); Cary Elwes (Fritz Wagner); Eddie Izzard (Gustav von Wangenheim); Udo Kier (Albin Grau); Catherine McCormack (Greta Schroeder); Ronan Vibert (Wolfgang Muller); Ingeborga Dapkunaite (Micheline); Nicholas Elliott (Paul); Derek Kueter (Reporter); Sophie Langevin (Elke); Tania Marzen (Eva); Myriam Muller (Maria); Orian Williams (Hans) CARACTERÍSTICAS: Colorido; Legendado/Dublado SINOPSE: A produção é baseada em cenas do clássico de Murnau, Nosferatu, de 1922. Quando o cineasta alemão F.W.Murnau (Malkovich) começa as filmagens da sua versão de Drácula, a equipe de produção e o elenco suspeitam que o próprio ator chamado para interpretar o personagem-título seja um vampiro. CRÍTICAS: O escritor Bram Stoker apresentou ao mundo o primeiro vampiro e o chamou de Drácula. O diretor F.W. Murnau apresentou ao mundo o vampiro mais realista até hoje já representado e o chamou de Nosferatu. Baseado em fatos assustadoramente reais, A Sombra do Vampiro tenta fundir realidade com ficção e cria um drama com ótimas atuações, mas poucos sustos. Apesar de falar sobre um, este não é um filme de terror. E também não tem o propósito de ser. No enredo, o diretor F.W. Murnau (John Malkovich) demonstra interesse em filmar Drácula, de Bram Stoker, mas não consegue obter os direitos autorais para isso, então muda o nome do vampiro para Conde Orlock e contrata um desconhecido ator chamado Max Schreck (Willem Dafoe) para encenar a produção. Como todo ator, Max também tem suas estranhas exigências. Ele não filma durante o dia, só aparece em público para atuar e sempre está maquiado. Em cada cena que participa, causa arrepios nos outros atores e até traz um certo desconforto para o responsável pelo iluminação. O que apenas o diretor sabe é que se trata de um vampiro verdadeiro, cujo cachê exigido é apenas o sangue da atriz principal, Greta Schroeder (Catherine McComarck). Se você quer um motivo para ver este filme, o nome dele é Willem Dafoe. Ele está simplesmente extraordinário no papel de Nosferatu, com uma maquiagem impressionante. A cada aparição, você irá sentir seu sangue gelar, mas irá clamar por mais, mais e mais. A direção também é bem feita. Filmado nas proximidades dos castelos de Luxemburgo, o filme é cheio de tomadas rápidas, com muitas sombras e detalhes. Algumas cenas do filme original do diretor estão praticamente idênticas a concebidas pela direção atual. Praticamente é uma refilmagem, com mistura de documentário e cenas de bastidores. Para criar mais realismo, mostraram que em algumas tomadas alguns "acidentes" que foram para a tela do cinema, na verdade fizeram parte de algum acontecimento intrigante da produção. Por exemplo, a morte do vampiro Nosferatu na produção original também é a morte do personagem, da criatura. Portanto, a cena não poderia ter sido mais realista. É interessante ver o medo dos atores que iriam contracenar com o vampiro. Todos temiam trabalhar ao lado de uma criatura tão grotesca e selvagem. Mas o filme é cheio de humor também. È engraçado ver Nosferatu tentando atuar de forma adequada, sendo que, na verdade, ele é um vampiro mesmo fazendo papel dele mesmo. Alguns atores até elogiam sua "improvisação" e seu modo de falar. Em contrapartida A Sombra do vampiro falha na tentativa de representar Murnau. Ele demonstra ser muito mal-humorado e obsessivo, sem os níveis de personalidade, comum em qual ser humano. Além disso, o filme tenta mostrar terror ao apresentar Nosferatu comendo um morcego diante dos outros atores, que, por sinal, demoram para entender o que se trata. E mesmo depois quando descobrem a verdadeira identidade da criatura, mesmo depois que ela se alimenta de alguns membros da equipe, alguns ainda insistem em querer participar do final do filme. Isso acaba destruindo o conceito de tentar criar uma realidade fiel e acaba lembrando o expectador que tudo, na verdade, é um filme. A Sombra do Vampiro é um curioso trabalho, mas não empolga. È para ser visto em casa, com a família a qualquer horário do dia ou da noite, sem medo de apagar as luzes. Apenas para ser visto uma vez na vida e só. Ou até duas, caso você seja um imortal. Marcelo Milici - Boca do Inferno

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