Os direitos de transexuais e transgêneros em suas vivências sociais na opinião da psicóloga e pesquisadora do programa de pós-graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva da UERJ Daniela Murta (Jornal Futura - 30/07/2014) Veja a matéria do Jornal Futura sobre a possibilidade do uso do nome social no ENEM: www.youtube.com/watch?v=d0FWOtveO1Y Daniela acredita que a problemática social relacionada a pessoas ‘trans’ (transexuais e travestis) está muito relacionada a uma incongruência visualizada pela sociedade em si. Para muitas pessoas, é preciso haver compatibilidade entre sexo biológico e identidade. Esse é um posicionamento ligado a valores pautados no conservadorismo. São questões culturais, que precisam ser tratadas em suas bases de formação. Elas trazem como consequência diversos tipos de preconceito, que impedem certos grupos de coexistirem em naturalidade. As políticas públicas que visam apresentar a importância das diversidades têm avançado, mas ainda são parciais, paliativas. O uso do nome social no ENEM é um exemplo disso. É uma ferramenta para dar a possibilidade de a pessoa se reconhecer como ela quer ser reconhecida, como ela existe pra si. Existem também leis e decretos que tornam possível o uso do nome social no ambiente de trabalho e em outros círculos. É importante que isso seja expandido. A inclusão, a normalização da convivência com as múltiplas identidades precisa ser ensinada nas escolas, reforçada pela mídia, trabalhada em âmbitos sociais, para que se torne, realmente, pública. É preciso que os trans tenham a possibilidade de serem, antes, humanos. E que tenham a possibilidade de “deixarem de ser seres tão noturnos”, virem à tona, virem à vida aos olhos do mundo.