Pinceladas de Arte - El Greco - O Enterro Do Conde De Orgaz

submitted by TV HUMANA on 07/30/14 1

O enterro do Conde Orgaz (em espanhol El entierro del Conde de Orgaz), obra fundamental de El Greco (1541-1614), encontra-se na igreja de São Tomé, Toledo, na Espanha. Gonzalo Ruiz de Toledo era senhor de Orgaz, pois a vila de Orgaz não foi condado até 1522.1 Foi um homem piedoso e benefactor da paróquia de Santo Tomé, sendo a igreja reedificada e ampliada em 1300 às suas expensas. Ao falecer a 9 de dezembro de 1323 (outras fontes em 1312) deixou no seu testamento uma exigência que deviam cumprir os vizinhos da vila de Orgaz: "pague-se cada ano para o cura, ministros e pobres da paróquia 2 carneiros, 8 pares de galinhas, 2 odres de vinho, 2 cargas de lenha, e 800 maravedis" Passados mais de 200 anos, em 1564, o pároco da igreja de Santo Tomé, Andrés Núñez de Madrid, advertiu o descumprimento por parte dos habitantes da localidade toledana a continuarem entregando os bens estipulados no testamento do seu Senhor e reclamou frente da chancelaria de Valladolid. Aquando por fim ganhou o pleito, em 1569, e recebeu o retido (soma considerável pelos muitos anos não pagos), quis perpetuar para as gerações vindouras o conde, Senhor da vila de Orgaz encomendando o epitáfio em latim que se encontra aos pés do quadro, na que além do pleito empreendido pelo pároco relata o acontecimento prodigioso que aconteceu durante o enterro do Senhor de Orgaz, dois séculos antes. Esta tradição que existia em Toledo narra que em 1327, quando se transladaram os restos do Senhor de Orgaz desde o convento dos agostinhos --próximo a São João dos Reis- à paróquia de Santo Tomé, o mesmo Santo Agostinho e Santo Estevão desceram do céu para colocar com as suas próprias mãos o corpo na sepultura, enquanto os admirados assistentes escutavam uma voz que dizia "Tal galardão recebe quem a Deus e aos seus santos serve". Para presidir a capela mortuária do Senhor de Orgaz, D. Andrés Núñez de Madrid, encarregou o trabalho a um pintor freguês, que naquele tempo vivia, de aluguer, a poucos metros dali, nas casas do Marquês de Villena. A 15 de março de 1586 assinou-se o acordo entre o pároco, o seu mordomo e El Greco no que se fixava de jeito preciso a iconografia da zona inferior da tela, que seria de grandes proporções. Pontualizava-se da seguinte maneira : Cquote1.svg na tela tem-se de pintar uma procissão, (e) como o cura e os outros clérigos que estavam fazendo os ofícios para enterrar a D. Gonzalo Ruiz de Toledo senhor da Vila de Orgaz, e baixaram Santo Agostinho e Santo Estevão para enterrarem o corpo deste cavaleiro, um segurando-o da cabeça e o outro dos pés, deitando-o na sepultura, e fingindo ao redor muitas pessoas que estava olhando e em cima de tudo isto tem-se de fazer um céu aberto de glória ... Cquote2.svg . O pagamento faria-se após uma taxação, tendo recebido cem ducados de sinal, devendo acabá-lo por volta do Natal desse mesmo ano. O trabalho alongou-se até finais de 1587 provavelmente, para o aniversário do milagre e a festa de São Tomé. Numa primeira taxação, El Greco avaliou a sua obra em 1200 ducados, "sem a guarnição e o adorno" quantidade que pareceu excessiva ao bom e prático pároco (comparado com os 318 do "Espólio" e os 800 do "São Maurício" de El Escorial). Reclamou o pároco e visou a renegociar a rebaixa e dois novos pintores re-taxaram o enorme quadro em 1700 ducados. Frente do novo desastre, recorreram cura e mordomo, e o Conselho Arcebispal decidiu retornar ao primeiro preço. El Greco sentiu-se então agravado e ameaçou com apelar para o Papa e para a Santa Sé, mas aveio-se por causa das previsíveis dilações e custos processais; a 30 de maio de 1588, o conselho aceitou a renúncia do pintor a apelar e resolveu que a paróquia lhe abonasse os 1200 ducados, concertando-se a 20 de junho ambas as partes e saldando a dívida em 1590. O quadro representa as duas dimensões da existência humana: embaixo a morte, em cima o céu, a vida eterna. El Greco plasmou no quadro o horizonte da vida frente da morte, iluminado por Jesus Cristo. Na parte inferior, o centro é ocupado pelo cadáver do senhor, que vem ser depositado com toda veneração e respeito no seu sepulcro. Para tão solene ocasião baixaram os santos do céu: o bispo Santo Agostinho, um dos grandes pais da Igreja, e o diácono Santo Estevão, primeiro mártir de Cristo. A este enterro, dois personagens principais, El Greco olha de frente, invitando-nos a entrar no mistério admirável que contemplam o nossos olhos, enquanto o seu filho assinala com o seu dedo para a personagem central. Entre o céu e a terra, o laço de união é a alma imortal do senhor de Orgaz, figurada como um feto que é levado para o céu por mãos de um anjo, através de uma espécie de vulva materna que dará à luz a vida eterna do céu. A morte aparece bem como um parto para a luz eterna na qual vivem os santos. Trance doroso, mas cheio de esperança(...)

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